domingo, 28 de dezembro de 2008

Matheus Nachtergaele - O evangelho segundo Matheus

O evangelho segundo Matheus
Por Fernando Masini
O ator e diretor Matheus Nachtergaele conta que quis amalgamar todas as religiões no filme "A Festa da Menina Morta"


Primeiro veio o batismo no grupo de teatro Vertigem, ao qual o ator ainda presta bênção. Depois ele encarou as provações de um cinema brasileiro capenga, embora no caminho da renovação. Conquistou em seguida uma legião nova de espectadores ao se lançar na dramaturgia mais popular das telenovelas e minisséries.
Agora, aos 39 anos, Matheus Nachtergaele experimenta a sensação de ver nas telas seu primeiro filme como diretor, “A Festa da Menina Morta”, cuja estréia mundial aconteceu no último Festival de Cannes. No Festival de Gramado, em agosto, o filme foi premiado seis vezes. Ganhou o Prêmio Especial do Júri, o prêmio da crítica, do júri popular, o de melhor ator (Daniel de Oliveira), melhor fotografia (Lula Carvalho) e de melhor música (Matheus Nachtergaele).
“Eu imaginava um nascimento mais singelo para a minha primeira experiência como diretor. Foi emocionante e apavorante ao mesmo tempo”, diz o ator em entrevista a Trópico. O roteiro, assinado em co-autoria com Hilton Lacerda, parceiro do diretor Cláudio Assis, conta a história de uma seita que celebra os trapos do vestido de uma menina que desapareceu numa pequena comunidade à beira do rio Negro.
“É como se houvesse uma necessidade terrível de se crer na eternidade de alguma coisa, uma incapacidade gigantesca do homem em lidar com a morte”, afirma Matheus.
Para rodar o filme, a equipe subiu até a cidade de Barcelos, a 400 km de Manaus, e ficou concentrada por lá ao longo de quase três meses.
O elenco conta com atores profissionais, como Daniel de Oliveira e Dira Paes, além da participação dos moradores locais. É no sincretismo religioso do país que o ator se apóia para construir e estabelecer o ambiente do filme.
“Não é um filme feito para que os espectadores se aliviem ou creiam em algo. É uma investigação sobre a crença dessas pessoas. Eu queria muito inventar uma religião que pudesse amalgamar todas as religiões brasileiras”, explica.
Na entrevista a seguir, Matheus explica por que uma novela “destrói o ator”, fala sobre a infância sem a mãe e conta como 16 anos de terapia o deixaram mais leve para enfrentar a vida.
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Como foi viajar para Cannes com o seu primeiro filme: "A Festa da Menina Morta"?
Matheus Nachtergaele: Foi extremamente emocionante. Eu nunca imaginei que o filme estrearia em Cannes. Eu imaginava um nascimento mais singelo para a minha primeira experiência como diretor. Foi apavorante ao mesmo tempo: mostrar o filme num festival que é um dos maiores do mundo. A gente competiu na mostra “Um Certo Olhar”, o que significa que há um relevo voltado às qualidades artísticas e autorais dos filmes.

Como foi na hora da exibição?
Nachtergaele: A sala estava lotada, eu fiquei bem surpreso com isso. E no final foi aplaudido de um jeito emocionado e tenso, acho que é o que o filme provoca, além de gerar um certo silêncio. Depois da projeção, as pessoas esperaram a gente lá fora, o que foi bem bonito também.

E qual foi o teor dos comentários após a sessão?
Nachtergaele: Foi bem variado. Acho que a maioria das pessoas gostou muito. Houve comentários bem bonitos, inclusive da imprensa e junto ao pessoal que foi com a gente para o coquetel depois do filme. Ali eu pude conversar com jornalistas e cineastas do mundo todo e com os brasileiros que estavam lá. Na mídia, eu achei bem divididas as opiniões: a maioria se impressionou com o filme e houve também alguns comentários negativos que me fizeram pensar.

Foram críticas construtivas?
Nachtergaele: Crítica é construtiva quando faz sentido, independentemente se ela for positiva ou negativa. As críticas que eu considerei inteligentes me tocaram. Eu fui muito comparado a outros cineastas, meu filme foi comparado a outras obras.

Com o diretor Cláudio Assis, por exemplo?
Nachtergaele: Para os brasileiros, sim, falaram do Cláudio Assis. O que eu acho um pouco perigoso, porque apesar de eu admirar demais o Cláudio - além de grande parte da equipe com quem eu trabalhei também fazer parte da equipe dele- eu não acho que é um cinema do mesmo timbre.
Penso que se assemelha ao Cláudio numa certa coragem de exposição, mas não mais do que isso. Acho que a violência é outra, o lugar poético é outro. Agora, obviamente é um filme com coragem de se expor. Fui comparado também com o Herzog, o que me deixou muito impressionado.

Em que sentido?
Nachtergaele: No sentido de ser um cinema que gosta de investigar as entranhas das pessoas e dos lugares. Essa coisa de entrar na floresta: por exemplo, em “Aguirre, a Cólera dos Deuses”. E também num certo desejo de expor os personagens. Acho que o Herzog tem esse interesse quase científico, os personagens têm de ser estudados minuciosamente para serem entendidos.

E o Herzog é realmente uma influência sua?
Nachtergaele: É um cineasta que eu admiro, eu conheço boa parte da obra dele. Não diria que é uma influência direta, eu nunca pensei no Herzog enquanto filmava. As influências são coisas que às vezes vão se depositando em você. Elas podem vir tanto de outros cineastas, assim como de uma canção ou de uma escultura.

Vocês passaram quanto tempo em Barcelos, na Amazônia, para filmar "A Festa da Menina Morta"?
Nachtergaele: As filmagens duraram cinco semanas, mas eu e a produção chegamos bem antes. Ocupamos os dois hotéis que existem na região. Na verdade, a gente nem pode dizer que são hotéis, era algo parecido com hotel. Ocupamos tudo o que dava para ocupar na cidade, foi uma invasão mesmo.
Eu fiquei ao todo três meses. Antes, eu já tinha ido e levado uma parte das equipes de produção e arte para que as pessoas entendessem o porquê das minhas escolhas. Os atores chegaram um mês antes das filmagens.

E houve um envolvimento da equipe com os moradores de lá?
Nachtergaele: Total, o lugar é muito pequeno. Eles ficaram morando lá, passaram dois meses e pouco. É um lugar caboclo, com muitos índios e filhos de índios. E a idéia era essa, levar a equipe para um lugar que possibilitasse a concentração e a miscigenação da equipe com a população.

A idéia foi criar um ambiente quase espiritual de troca?
Nachtergaele: Desde o roteiro já existia uma tentativa de se criar uma liturgia. Penso que o próprio filme é uma liturgia que obedece a certas regras a fim de atingir um momento de catarse. Eu queria muito inventar uma religião que pudesse amalgamar todas as religiões brasileiras, e achei Barcelos o lugar ideal: um lugar distante, a 400 quilômetros de Manaus, sendo que o único acesso é pelo rio Negro.
É uma região que começa agora a se desenvolver muito lentamente e que tem a presença da Igreja Católica, das igrejas neopentecostais, dos evangélicos; há uma Igreja Batista muito grande e os pajés continuam atuando por lá. Tem inclusive um pajé no elenco principal do filme. Sem falar na existência de pais de santo, do candomblé. Quase todas as religiões que fundam nossa mística estão lá reunidas na beira do rio Negro.

Cena do filme "A Festa da Menina Morta"
Alexandre Baxter/Divulgação


A história do filme foi baseada em alguma lenda da região?
Nachtergaele: Eu criei a história a partir de uma festa que eu vi no sertão da Paraíba, onde se adoravam os trapos do vestido de uma menina. Eu fiquei muito emocionado com isso. Alguma coisa me perturbou quando eu vi essa cerimônia. Aos poucos, quando fui escrevendo, ela foi se desplugando da realidade e virando uma fábula, tornando-se uma seita com suas próprias regras.
Fala sobre o desaparecimento de uma menina, que nunca foi encontrada. Só o vestido dela foi achado, e isso foi considerado um milagre. É como se houvesse uma necessidade terrível de se crer na eternidade de alguma coisa, uma incapacidade gigantesca do homem em lidar com a morte. Por que achar que um vestido rasgado será um milagre?

O filme tem a ver com a sua história?
Nachtergaele: Muito. Não é uma descrição da minha vida, mas o universo emocional é o meu, com certeza. Depois, o Hilton Lacerda entrou para escrever comigo, e isso se ampliou um pouco.
A partir da quarta versão do roteiro, o filme deixou de girar apenas em torno do meu umbigo. O Hilton trouxe alguns personagens novos, questionou algumas coisas que eu estava fazendo.
Num filme de estréia, acho que existe a necessidade de vomitar algumas coisas, há uma quantidade de aspectos muito íntimos que devem ser mostrados. Por isso, não é incomum se cometerem excessos num primeiro filme. É tanta coisa a ser dita. A presença do Hilton me protegeu desses excessos, de ficar vomitando demais.

O filme trata a morte como algo místico, cheio de celebração. Queria saber como você enxerga a morte.
Nachtergaele: Eu não sei como eu enxergo a morte. Eu a vejo com pavor, como todos nós. Às vezes, como alívio, como término de um ciclo. Eu sou um cara materialista, não sou um cara religioso.

Você não acredita em nada?
Nachtergaele: Eu acredito no milagre da vida, só não dou nome a isso, nem vou a uma igreja específica rezar para alguém. Mas acho milagrosa a vida existir dessa forma tão múltipla. Eu não fiz esse filme buscando uma transcendência, eu fiz buscando entender por que as pessoas crêem. Ele é muito mais uma análise naturalista, íntima e promíscua dos participantes da seita.
E obviamente o filme não deixa de ser uma poesia que em algum momento tem seu êxtase. Não é uma obra feita para que os espectadores se aliviem ou creiam em algo. É uma investigação sobre a crença dessas pessoas. Eu me pergunto quais os motivos de cada um para estar ali diante daquele absurdo.
Você pode não crer, mas o maior direito que uma pessoa tem é o de poder acreditar em algo. Uma vez que, se você não der sentido nenhum à vida, fica bem difícil a travessia. A maioria das pessoas, me parece, encontra esse sentido na fé, outros encontram na poesia, outros no materialismo mais pleno, no conhecimento científico.

A missão do ator é parecida com o trabalho de diretor?
Nachtergaele: Acho que sim. Eu penso que sou um artista que se utiliza de muitos recursos para investigar a dor. Sempre tive a sensação de estar investigando a dor, mesmo nas comédias mais rasgadas. Eu nunca me esqueci, por exemplo, que o João Grilo (personagem do filme “O Auto da Compadecida”, de Guel Arraes) era engraçado porque passava fome. As pessoas sentiam-se comovidas por ele porque ele passava fome.

O Quinzinho, do filme "Tapete Vermelho", também é um cara agoniado?
Nachtergaele: É o jeca sendo currado, sendo espremido. Mas, de fato, o Quinzinho é um personagem mais doce do que o Grilo. O Grilo tem uma coisa mais agressiva. Agora, em geral, em “O Livro de Jó” (peça encenada pelo Teatro da Vertigem), “Woyzeck” (espetáculo de 2003 dirigido por Cibele Forjaz), nos filmes do Cláudio Assis (“Amarelo Manga” e “Baixio das Bestas”), eu sinto que eu tenho a tendência de investigar as dores. Penso que a nossa função é um pouco essa mesmo, mostrar as feridas para fazer pensar, mesmo que isso inclua diversão.
A “Menina Morta”, por exemplo, tem momentos engraçados, mas nunca será chamado de uma comédia. É um riso que acaba amargando. Tem um personagem, que é a Conceição, interpretada por uma atriz pernambucana, que arranca alguns sorrisos da platéia. Eu senti isso em Cannes, em certos momentos. Mas depois ela passa a ser uma figura difícil de ser suportada, e ninguém mais dá risada.

Eu sempre achei que você embarcasse em projetos menos viscerais, como "O Auto da Compadecida" ou "Tapete Vermelho", para aliviar a angústia de papéis mais fortes, como em "Baixio das Bestas". As novelas, por exemplo, serviriam para arejar a tristeza?
Nachtergaele: Não é verdade. Ao contrário até, uma novela destrói o ator. Por mais divertido que o personagem se pareça, você chega no final dela absolutamente destruído. Alguns trabalhos são realmente mais leves de serem feitos, mais lúdicos. “Tapete Vermelho”, por exemplo, foram dias gostosos.
Mas nunca existiu um pensamento meu em querer alívio. O gostoso é quando o trabalho não é muito leve, eu prefiro os mais complexos. E o grande alívio é na hora da cena, por mais penosa que ela pareça. No auge da execução do seu ofício, existe um alívio.

O teatro consome mais o ator do que o cinema e a televisão?
Nachtergaele: Não, acho que menos. Você recebe do público uma resposta tão imediata que acaba saindo alimentado do teatro. Existe, claro, um desgaste físico e emocional específico, por você estar ao vivo no meio das pessoas.
Já na televisão e no cinema, é um pouco diferente: o processo te suga mais e o retorno do público vem muito depois, quando provavelmente você já está desligado do personagem. Isso no cinema é bem forte. Não há platéia, a não ser o operador de câmera. A televisão fica quase no meio do caminho: é um quase ao vivo. Tem uma resposta mais rápida do público, embora a troca humana, viva, pungente, não exista.

A fase no Teatro da Vertigem foi uma escola para você?
Nachtergaele: O verdadeiro momento da minha formação foi lá. Foi uma grande aula e um amadurecimento de todos nós. O Teatro da Vertigem deixou de ser um grupo de teatro-dança, de jovens atores bailarinos, para nos tornarmos o grupo que fez “O Livro de Jó” e, depois, “Apocalipse 1,11” e por aí vai. Durante esse período eu comecei a fazer muito cinema. Fui levado rapidamente demais para um amadurecimento.

E sua carreira decolou num momento em que o cinema brasileiro passava por uma renovação, com uma boa geração de diretores, como Lírio Ferreira, Cláudio Assis, entre outros. Você acha que as circunstâncias te ajudaram como ator?
Nachtergaele: Acho que sim. Sempre digo que eu tive a sorte de ser ator na hora em que o cinema se refazia. Apesar de a gente sempre ter tido um cinema incrível por aqui (é só lembrar de nomes como Leon Hirszman, Arnaldo Jabor, Glauber Rocha), mas de fato passamos por um período de abismo.
É interessante o que acontece com o cinema no Brasil, é quase esquizofrênico tentar entender isso. É um país sem grana, mas que gosta de fazer cinema, e o público não gosta tanto quanto os artistas brasileiros. Na verdade, para ser bem duro com a nossa geração, a gente não tem conseguido coisas tão bacanas como em épocas passadas.
Temos feito mais, mas penso que já conseguimos coisas mais fortes. Os filmes mais bonitos brasileiros não estão na retomada. São “Tudo Bem”, do Jabor, “Os Fuzis”, do Ruy Guerra, “A Falecida”, do Hirszman... Claro que tem alguns filmes dos últimos tempos que eu amo.

Por exemplo?
Nachtergaele: Recentemente me chamou muito a atenção “Santiago” (documentário dirigido por João Moreira Salles), é um filme superior. Acho “Amarelo Manga” (de Cláudio Assis) um dos melhores filmes que já foram feitos aqui. Eu o coloco naquela lista de grandes filmes. É uma obra poderosa, aberta, barroca; não é um filme de tese.
Eu fiquei bem curioso para ver o último filme do Kiko Goiffman. Parece que é um filme em que ele coloca pessoas fóbicas diante de suas fobias.

Você tem alguma fobia?
Nachtergaele: Infelizmente, sim. Tenho uma bem boba: medo de sapo. Eu posso ficar paralisado durante horas se tiver um sapo na porta. Não consigo passar nem perto. Tenho também horror a injeção, a agulhas que injetam coisas dentro de mim. Fico em pânico, em geral eu tenho que ser amarrado. E tenho muito horror a revólver. Minha mãe morreu com um revólver e é uma coisa que eu realmente não suporto. Não gosto de ver, não gosto de tocar.

Como sua mãe morreu?
Nachtergaele: Minha mãe se matou.

A mãe de Santinho, em "A Festa da Menina Morta", também se suicida.
Nachtergaele: Não existe a cena do suicídio, mas a mãe é uma suicida. Ela é uma pessoa que não está, é uma mulher ausente, que partiu e que dizem que ela se matou. Eu quis colocar isso no filme, queria falar sobre o que é a casa sem a mãe. Na metáfora da “Menina Morta”, a seita só é possível porque a mãe está ausente. Se a mãe estivesse viva, ela certamente protegeria o menino.

A morte da sua mãe gerou muitas angústias na sua infância?
Nachtergaele: Muitas. Eu era novinho, mal a conheci. A ausência de uma mãe é uma coisa muito forte, acho que todo mundo que perdeu a mãe sabe disso. Independente da maneira como acontece, é sempre bem brutal. Por isso que, quando fico diante de um revólver, é como se um pesadelo voltasse.

Você já esteve em contato com um?
Nachtergaele: Tive. Fiz muitos filmes em que era preciso atirar ou manusear um revólver. É sempre muito ruim para mim. Em “O Primeiro Dia”, de Walter Salles, eu tive que rodar uma cena num depósito de armas apreeendidas, no Rio. Tive de atravessar corredores cheios de armas dependuradas em pregos pelo cano. Minha pressão caiu bastante, eu fiquei um tempo ali parado e pensei: caramba, quanta gente morreu, que tristeza, que invenção infeliz.

É verdade que você começou a fazer análise quase ao mesmo tempo em que iniciou a carreira de ator? São atividades comparáveis?
Nachtergaele: Não, não acho. É claro que ambas te levam ao auto-conhecimento, mas eu nunca tratei o teatro como terapia. Quando eu fui para o teatro, já fui como artista. Mas é verdade que, se eu não tivesse feito terapia, eu não teria iniciado minha carreira como ator de teatro. Eu não teria entendido que eu precisava ser ator. Eu teria ficado embotado num lugar anterior.

Você ainda faz análise?
Nachtergaele: Para dizer a verdade eu não recebi alta ainda (risos). Eu mudei para o Rio de Janeiro e meu analista ficou em São Paulo, portanto faço sessões quando vou a São Paulo.
Às vezes, eu passo dois anos sem ir. Eu fiz 16 anos de terapia sem parar, dos 16 aos 32 anos. Cheguei a procurar alguns analistas aqui no Rio, mas não me dei bem não. Então quando o cinto aperta, eu ligo para São Paulo e peço ajuda.
Eu acho bonito e importante passar por isso. O mundo no qual vivemos é muito difícil. Além de outras coisas interessantes que acontecem na análise, você deixa um certo lixo lá. Se esse lixo não ficar lá, você vai mandando para as pessoas que estão próximas, ou para você mesmo num processo de auto-agressão.
Existe esse lado bacana, você deixa uma parte ali que é preciso ser deixada. Depois de algum tempo de sofrimento, a análise te deixa realmente mais leve.

Publicado em 27/8/2008
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Fernando Masini


Revista Trópico

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